sexta-feira, 9 de abril de 2010



Quem é esse ser que habita debaixo da minha cama?
Quem é esse ser que se projeta na superfície do metal, do vidro, da água?
Quem é esse que contesta o que falo e o que faço?
Por que chamar de Eu alguém que não conheço, não quer ser conhecido e prefiro não conhecer?
Quem é esse ser mutável, que ao buscar transformar-se, transforma também o que há à sua volta?
Quem é esse que rejeita qualquer identidade e qualquer forma estática e determinada?
Quem é esse que morre e renasce ao perceber sua própria existência?
Quem é esse ser brando e eufórico, volátil como o Éter?
Ora sou, ora não sou.
Ora estou, ora não estou.
Como uma supernova originando o Universo,
Como um buraco negro transformando Tudo em Nada,
Como a matéria que habita o vácuo,
Como o vácuo entre as matérias.