Naquele momento, foi como se tivessem enfiado um saca-rolhas no meu peito, girado e puxado; abrindo um buraco pelo qual vazavam cores e formas difíceis de descrever, que se misturavam ao fluido no qual estava mergulhado todo aquele universo.
Eu girava, o mundo girava, os prédios giravam, os pombos que voavam entre os prédios e ciscavam bitucas de cigarro também giravam.
Os pés já não caminhavam o chão, mas sim a minha própria pele, repleta de texturas, sons, sabores, perfumes...
A mente tentava entender, controlar, mas todos aqueles rostos, nuvens, pedras da calçada, rodas de carros, folhas, tênis nos fios elétricos, fios que teciam as roupas... tudo aquilo era demais, e ainda é.
Da matéria algo conseguiu escapar por uma fenda aberta meio que sem querer e sem saber; sangrou, chorou e evaporou. Deixou um vácuo do qual até hoje ainda surgem, a cada instante, novos mundos de diferentes e inexplorados matizes.
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